Anexa-se Quadro-Resumo das contas dos três grandes
bancos nacionalizados pelo Estado Português, no biénio anterior ao inícios da operação, bem
como as derradeiras contas da CGD, que está para ser objeto também de uma mega
recapitalização. Assim, resumem-se as contas do BPN [2007/2006],
Banif [2011/2010],
BES [2013/2012]
e CGD [2015/2014].
(vide ficheiro PDF em partilha)
Cada um dos anos acima mencionados possui uma hiperligação para a respetiva fonte de informação, na qual se pode consultar o relatório e contas completo do período, que inclui a Certificação Legal das Contas.
(vide ficheiro PDF em partilha)
Cada um dos anos acima mencionados possui uma hiperligação para a respetiva fonte de informação, na qual se pode consultar o relatório e contas completo do período, que inclui a Certificação Legal das Contas.
Relembramos que no Parecer do Tribunal de Contas sobre
a Conta Geral do Estado (de 2015), publicado recentemente [link], a entidade fiscalizadora destaca que
entre 2008 e 2015 foram concedidos apoios públicos ao setor financeiro (despesa
menos receita) num valor global superior a 14 mil milhões de euros, incluindo
(conforme página 174 do documento):
4,6
mil milhões de euros ao BES/NB
3,2
mil milhões de euros ao BPN
3 mil
milhões de euros ao BANIF
3 mil
milhões de euros à CGD
A quase integralidade deste apoio concretizou-se em
capital (cerca de 10,7 mil milhões de euros em ações) e empréstimos (3 mil
milhões de euros) nos mencionados bancos.
A breve análise do blog visa destacar apenas dois
grandes pormenores:
1. Relativamente aos três bancos nacionalizados, cumpre destacar a ausência de sinais preocupantes nas contas do biénio anterior às respetivas nacionalizações. Nem as Certificações Legais das Contas levantavam qualquer dúvida fundamental quanto à atividade de cada banco ou colocavam sequer reserva em relação aos ativos/passivos (presumindo-se que as demonstrações financeiras estavam isentas de erros ou omissões relevantes), nem a situação patrimonial de cada banco se mostrava inferior ao valor do capital social em função de resultados acumulados. Assim sendo, é legítimo ficar com uma GRANDE DÚVIDA. Ou as contas destes bancos estavam gravemente deturpadas (em termos de falsidade e/ou ocultação de fraudes) e muitas (mesmo muitas) pessoas deveriam ser responsabilizadas por múltiplos e variados crimes económicos (e eventual "negligência" na fiscalização). Ou os processos de nacionalização foram um grandessíssimo embuste (com aval político generalizado) para desviar (mais uma vez) milhares de milhões de euros do erário público para fins pouco transparentes e alheios ao bem comum. Pessoalmente, julgo que sucedeu a segunda situação para esconder vários casos e livrar os responsáveis pela primeira situação. Segue-se a CGD.
1. Relativamente aos três bancos nacionalizados, cumpre destacar a ausência de sinais preocupantes nas contas do biénio anterior às respetivas nacionalizações. Nem as Certificações Legais das Contas levantavam qualquer dúvida fundamental quanto à atividade de cada banco ou colocavam sequer reserva em relação aos ativos/passivos (presumindo-se que as demonstrações financeiras estavam isentas de erros ou omissões relevantes), nem a situação patrimonial de cada banco se mostrava inferior ao valor do capital social em função de resultados acumulados. Assim sendo, é legítimo ficar com uma GRANDE DÚVIDA. Ou as contas destes bancos estavam gravemente deturpadas (em termos de falsidade e/ou ocultação de fraudes) e muitas (mesmo muitas) pessoas deveriam ser responsabilizadas por múltiplos e variados crimes económicos (e eventual "negligência" na fiscalização). Ou os processos de nacionalização foram um grandessíssimo embuste (com aval político generalizado) para desviar (mais uma vez) milhares de milhões de euros do erário público para fins pouco transparentes e alheios ao bem comum. Pessoalmente, julgo que sucedeu a segunda situação para esconder vários casos e livrar os responsáveis pela primeira situação. Segue-se a CGD.
2. As contas da CGD
revelam uma perda acumulada de capital social na ordem de 2,1 mil milhões de
euros, cabendo apenas uma ênfase na Certificação Legal das Contas Individuais
de 2015 para a eventual necessidade de aumento do capital em 2016. Que não veio
a ocorrer. Este banco não necessita de passar por um processo de nacionalização
porque já pertence integralmente ao Estado, mas evidencia os mesmos vícios na
escrita (e divulgação) da sua informação financeira. Naturalmente, padecerá dos
mesmos males que os três bancos atrás mencionados e conhecerá idêntica terapêutica,
com mais um conjunto de obscenas injeções de dinheiro provenientes do erário
público. Considerando a dimensão da instituição e aquele que se estima ser um volume
desavergonhado de crédito concedido a pessoas e entidades, públicas e privadas,
“amigas do regime” mas potenciais
caloteiras sem garantias reais, poderemos estar em 2017 perante o início de
mais uma desavergonhada campanha multimilionária para limpar o “lixo do passado”. Há que encarar com
toda a naturalidade este fenómeno típico da economia portuguesa do século XXI, época de confirmação da partidocracia democracia portuguesa.
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